O prefeito Ricardo Nunes participou, nesta quinta-feira (8) do “Fórum Todos pelo Centro”, da Rádio Bandeirantes. O evento teve como objetivo debater as propostas de transformações previstas pela revitalização da área central da capital e contou com a presença de autoridades e especialistas em política urbana, habitação, turismo e cultura. Uma das principais ações do projeto é a ativação de imóveis ociosos.

De acordo com Ricardo Nunes, a Prefeitura fez um edital sobre os imóveis que se encontram nessa condição e o poder municipal poderá desapropriar para quem tiver o interesse de comprar. Segundo o prefeito, a Administração Municipal está disposta a entrar com recursos e subsidiar a reforma dos prédios em até 25% do valor do projeto aprovado. “O investimento nessa ação é de R$ 1 bilhão. Quem adquirir um imóvel deverá dar uma atividade a ele e mantê-lo ativo por, pelo menos, dez anos”, complementou.

O chamamento para os proprietários de imóveis ociosos, segundo a secretária executiva de Desestatização e Parcerias, Tarcila Peres, está na fase inicial. “Esperamos ter muitos projetos de retrofit, que é de mudança de uso. Quem adquirir esses prédios também terá que prestar contas para a Prefeitura durante dez anos”, destacou.

Moradia
Com relação às modificações no uso dos prédios situados na região central, a secretária executiva do Programa de Mananciais, Elisabete França, afirmou que alguns deles poderão ser transformados em moradia. De acordo com ela, com legislações como o projeto Requalifica Centro e PIU Central será mais fácil atrair pessoas para morar naquela área, principalmente por ser próxima dos locais de trabalho da população.

“Algumas pessoas gastam horas para se deslocarem ao Centro. Além de tudo, a revitalização será importante às famílias de baixa renda, pois 40% dos valores arrecadados no projeto serão destinados à habitação de interesse social”, salientou.

Segurança
O projeto de revitalização compreende a restauração do Parque Dom Pedro II e a Praça da Sé, além do Vale do Anhangabaú. E uma das ações que integra o programa é a instalação, no prédio dos Correios, de uma central de segurança com funcionamento 24 horas, composta por 20 mil câmeras com inteligência artificial.

“Não é uma marca de gestão, mas algo necessário, pois todas as cidades do mundo têm um centro revitalizado, onde as pessoas podem trabalhar e visitar. Precisamos dar suporte à Guarda Civil Metropolitana e às polícias Civil e Militar. Só colocar homens na rua não é o suficiente. A Prefeitura vai investir na central de monitoramento R$ 7 milhões por mês”, declarou o prefeito.

Aprovado pela Câmara
Para o presidente do Grupo Bandeirantes de Comunicação, João Saad, um dos organizadores do evento, o projeto “Todos pelo Centro” nasce de um sonho debatido na Câmara e aprovado. Representa um conjunto de iniciativas que promovem estímulos para que os investimentos retornem à região.

“Vamos continuar incentivando o investimento na região central. Queremos voltar para cá ou, no mínimo ter uma base. O Teatro Itália Bandeirantes foi o primeiro passo de produção. Para 2023 já temos programa de humor desenhado para cá e talk show. Vamos começar a produzir aqui para gerar negócios, vida e circulação de pessoas”, disse Saad.

“Existe uma consciência coletiva sobre a recuperação desta área que, sabemos, ao longo dos anos e devido à expansão econômica para outros polos, foi perdendo seu protagonismo. A Associação Comercial de São Paulo (ACSP) tem sido parceira do poder público porque acredita na requalificação e nas iniciativas que visam trazer o protagonismo que a área central merece”, declarou o presidente da Associação Comercial de São Paulo. Alfredo Cotait.

Já o vice-presidente do Sindicato Patronal de Habitação (Secovi), Cláudio Bernardes, ressaltou que o plano da Prefeitura de São Paulo é bem estruturado e que, com a ação conjunta do poder público, da iniciativa privada e da sociedade, a revitalização do Centro se tornará possível.

“Uma requalificação não acontece com ações espaçadas. A Prefeitura está à frente, mostrando que isso vai acontecer e valoriza a segurança. Não é possível que a população tenha receio de caminhar pela região central. Não tenho a menor dúvida de que, com todos engajados nesse processo, o Centro será revalorizado”, acredita Bernardes.

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