Um clima de alegria e amor ao próximo tomou conta das 12 arenas montadas pela Prefeitura em todas as regiões da cidade no primeiro dia da Virada da Solidariedade, desde os primeiros shows deste sábado (18). A festa tem o objetivo de levar muita música à população e arrecadar donativos às vítimas das chuvas no Rio Grande do Sul. A contribuição é voluntária e pode ser feita também durante os shows deste domingo. Veja a programação aqui.

Unidos nessa corrente de solidariedade, o público e os artistas elogiaram a campanha realizada pela Prefeitura e convidaram os fãs a doarem. Pouco antes de subirem ao palco, os cantores Joelma e Léo Santana, no Anhangabaú, e MC Davi, em M’Boi Mirim, mandaram recados ao público.

“Hoje a Virada Cultural é a Virada da Solidariedade. Então faça a sua parte. Vamos ajudar os nossos amigos do Sul, vamos ajudar as instituições. Faça de coração, faça o que você conseguir, mas faça, pela gratidão e empatia pelo próximo. O funk agradece”, disse MC Davi.

Do camarim da Virada, Joelma também mandou o recado aos fãs. “Não esquece de ajudar, trazer alimentos não perecíveis, produtos de higiene, para ajudar os nossos irmãos do Rio Grande do Sul.”

Ao convidar o público para o seu show, Léo Santana também lembrou da campanha. “Não esquece de trazer um alimento, algum produto de higiene, enfim, o que você puder ajudar para a galera do Rio Grande do Sul.”

O convite foi atendido. Pouco a pouco, as tendas montadas pela Prefeitura nos palcos foram recebendo produtos de higiene e de limpeza, além de alimentos não perecíveis e água. "Fome dói, perder as coisas dói, perder vida dói, perder casa dói. E nós temos tudo, graças a Deus", disse Célia após fazer sua doação. Ela foi com a família à Arena Campo Limpo.

“É a primeira doação que eu faço e espero fazer outras. Vim só para doar. Acho importante doar e ter solidariedade”, afirmou no Vale do Anhangabaú o aposentado Roberto Gonçalves da Silva, 61 anos, que mora no Cangaíba, Zona Leste.

Também no Vale, o administrador financeiro Ricardo Pereira de Oliveira, 60 anos, de São Bernardo do Campo, no ABC, elogiou a iniciativa. “Acho que é ultranecessária essa ajuda por conta da situação que o pessoal do Rio Grande do Sul está passando hoje. É a solidariedade que irá salvar o povo lá”, afirmou.

Moradora de Taboão da Serra, na Grande São Paulo, Rebeca Tarantini, 27 anos, levou seus donativos para a Arena da Parada Inglesa, na Zona Norte, onde foi para assistir aos shows de MC IG, Xamã e Glória Groove. “Trouxe farinha e água sanitária. Eu acho que a iniciativa é muito boa. Doei coisas que eu tinha em casa e roupas que não usava mais, tudo em bom estado, claro. A gente tem que ajudar o próximo”, disse.

Clima de festa
Neste primeiro dia de Virada Solidária, as pessoas festejavam à espera dos shows de seus artistas preferidos. Havia famílias, havia grupos de amigos e pessoas com seus animais de estimação nas arenas que estão recebendo apresentações dos mais variados gêneros, do Centro à periferia da cidade.

Fã da cantora Joelma desde 2003, Marcos Rodrigues chegou ao Anhangabaú por volta das 8 da manhã deste sábado para ficar pertinho do palco e comemorou o fato de assistir ao terceiro show da artista e, desta vez, sem pagar nada. “Tecnicamente só gastei com o metrô. Vê-la a pouquíssimos metros, sem gastar nada, é maravilhoso. Então, Prefeitura, traga mais vezes a Joelma. A gente precisa disso”, brincou.

Na Arena da Parada Inglesa, Vitória Rodrigues Martins, 20 anos, que pretende ver Matuê neste domingo, no Anhangabaú, elogiou o fato de a Virada ser descentralizada.  

“Eu acho muito importante levar shows para mais gente, não ficar só numa parte elitizada, ou os shows pagos. É importante levar a arte para todo mundo, para todos terem acesso”, afirmou, elogiando também o show da cantora Glória Groove. “Todo esse espetáculo que ela traz, também leva cultura para a população. Então eu acho muito, muito importante mesmo”, disse Vitória, que mora em  Taboão da Serra, na Grande São Paulo.

Outro que elogiou a qualidade dos shows, Leonardo da Silva de Barros, 21 anos, que mora em Santo André, no ABC, disse achar maravilhosa a iniciativa de trazer grandes artistas para eventos gratuitos. “Fico feliz de a Virada fazer isso, porque tem pessoas que não tem condições de ver um show da Glória Groove. Não só dela, mas de outros artistas.”

A editora Meire David, 41 anos, levou a família para assistir ao show da cantora Elba Ramalho na Arena Campo Limpo, na Zona Sul, e se disse satisfeita com o evento. “Está bem organizado, com bastante policiamento, está bem agradável”, disse ela, que aprovou a arrecadação de donativos para o Rio Grande do Sul. “Acho perfeita e necessária essa campanha.”

Além de uma oportunidade de entretenimento, Adriana Maria da Costa, 45 anos, enxerga na Virada da Solidariedade uma possibilidade de a cidade ganhar como um todo. “Gosto muito de shows, mas agora estou desempregada. Então é uma ótima oportunidade de lazer e ainda impulsiona a economia, porque vem muito turista.”

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Fotos de: Paulo Guereta, (SECOM)