Lazer e Cultura
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Uma ponte cultural entre tradição e contemporaneidade: assim pode ser definida a caligrafia árabe, que poderá ser apreciada até o dia 3 de setembro no Museu da Imigração, em São Paulo. A mostra, intitulada “Tesouros da Caligrafia Árabe”, é uma iniciativa dos Emirados Árabes Unidos e tem por objetivo estreitar laços com o Brasil.
A caligrafia é um marco histórico das civilizações e, neste contexto, a caligrafia árabe é uma das mais importantes expressões das artes árabe e islâmica. Suas características são singulares, únicas e diferentes de outras línguas, sem nenhuma influência externa.
Trata-se de uma arte que atrai, hoje, muitos jovens artistas, não só árabes e muçulmanos, mas também de todo o mundo. Representa uma ponte cultural entre tradição e contemporaneidade, o que é evidenciado pelos trabalhos dos participantes da exposição “Tesouros da Caligrafia Árabe”.
A escrita árabe caracteriza-se por uma mistura de caligrafia e desenho. Suas letras conectadas, por serem ‘flexíveis”, permitem adquirir inúmeras formas diferentes. Isso acontece por meio de encurtamentos, extensões, entrelaçamentos, angulações, arredondamentos, amontoados e sobreposições. Alguns desses estilos de escrita são conhecidos como Thuluth, Naskh, Cúfico, Raq'ah, Marroquino-Andaluz, Nastaliq, Diwani e Ijazah, entre outros. Os textos tratam, entre outras curiosidades, de versículos do Alcorão, trechos de poemas e provérbios.
Artistas
Khalid Ali Al Jallaf - Presidente da Sociedade dos Emirados para Caligrafia Árabe e Ornamento Islâmico
Formado em Direito e Sharia (sistema jurídico do Islã) na Universidade dos Emirados Árabes Unidos em Al Ain, e especializado em gestão de serviços de saúde na Universidade de Birmingham na Inglaterra e Harvard nos EUA. Seu coração estava ligado às artes plásticas desde a infância, e seu apego a elas aumentou quando conheceu um artista plástico emiradense no final dos anos 70, que por sua vez o orientou a aprender a arte da caligrafia árabe. Foi influenciado pelo grande calígrafo egípcio Youssef Ahmed e seu aluno, o Xeque dos calígrafos egípcios Muhammad Abdul Qadir Abdullah, e o grande calígrafo turco Amin Baren. Participou de exposições dentro e fora do país e representou os EAU em diversos fóruns internacionais de arte, tendo suas obras expostas em alguns museus: do Kuaite, França, Alemanha, Espanha, Marrocos, EAU e outros, além dos acervos particulares e instituições. Ele é um dos fundadores da revista “Arab letters” e vice-editor-chefe desde 2000, e também foi um dos fundadores da revista Al-Khatat que fechou as portas em 1991.
Eng.Maryam Al Balooshi
Formada em Engenharia, possui também mestrado em ciências ambientais. Hoje faz parte da terceira geração de calígrafos dos Emirados Árabes Unidos. Começou a aprender caligrafia árabe quando criança, pois gostava dos detalhes dos caracteres, de suas curvas e beleza, bem como da precisão da escrita. Depois de muitos estudos e treinamentos, ela se tornou capaz de projetar e apresentar seu estilo. Ela começou seu estudo acadêmico de caligrafia em 1994, quando estava na escola. Muitos calígrafos profissionais a ensinaram, o mais importante foi o Sr. Mohammed Al Norri.
Fatmah Salem Rashed Aldhanhani
Formada em Literatura Árabe, também tem graduação em Secretariado Executivo e Gestão de Instituições Culturais. A artista começou a pintar no ensino fundamental. Depois migrou para a caligrafia árabe e integrou-se aos centros de artes e foi aluna do falecido professor, Khaled Al-Nafisi. Participa de mostras e acumula diversos prêmios, sendo alguns deles o primeiro lugar no desenho de anime – EAU 2009, e também o Prêmio “Calígrafo Emiradense” - Fórum de Caligrafia de Sharjah – Décima Edição 2022.
Serviço:
Mostra “Tesouros da Caligrafia Árabe”,
Data: Até o dia 3 de setembro
Local: Museu da Imigração do Estado de São Paulo - Rua Visconde de Parnaíba, 1316 – Mooca
Ingressos: R$10 (inteira), R$5 (meia). Aos sábados a entrada é gratuita.