Requalificação Urbana e Mobilidade
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Na Praça da República, a EMEI Armando de Arruda Pereira dá mais vida à região central. Os alunos de ensino infantil, a maioria moradores do Centro, entre idas e vindas da escola, aprenderam mais sobre a história do local, graças a um projeto idealizado pela professora Livia Arruda, que atua na escola há 12 anos.
O projeto, intitulado de Motoca na Praça, foi criado em 2019, e nele as crianças, que têm entre 4 e 5 anos, passeiam pelo Centro de São Paulo em triciclos.
"A escola fica dentro da praça, mas muitas pessoas não sabem. E são crianças que moram no Centro. A escola já tinha as atividades de saída como prática, por conta dos equipamentos culturais da região, e a ideia surgiu como forma de trazer mais visibilidade para a escola, uma forma de ocupar o Centro e proporcionar para as crianças a oportunidade de conhecer os prédios históricos que estão no entorno", explica Livia.
A iniciativa conquistou reconhecimentos, como o Prêmio Paulo Freire de Qualidade do Ensino Municipal, da Câmara de São Paulo, que agracia projetos que representem iniciativa de aprimoramento da qualidade de ensino na escola pública, e o Prêmio Territórios do Tomie Ohtake, voltado a escolas públicas de todo o Brasil, e que busca reconhecer estratégias pedagógicas articuladas com seus territórios e que tenham como base os princípios da educação.
Após a pausa necessária por conta da pandemia, as saídas retornaram em 2022, para então aproveitar da repercussão e conquistar novos espaços.
"O projeto retornou em 2022, com saídas mais longas, o que antes era só na praça, passou a ir para outros lugares, e outros professores também aderiram", comenta a professora.
As motocas da escola, que incluem motocas adaptadas para acessibilidade, já foram estacionadas em atividades especiais em diversos equipamentos, como o Sesc 24 de maio, a Galeria do Rock, a Bibilioteca Mário de Andrade, Jornada do Patrimônio, entre outros.
Como aprendizado, os pequenos já nomeiam lugares e os reconhece. "É o Copan (...) e o Theatro Municipal", além de aprimorarem a percepção de caminhos e direções. "A ideia é que elas se sintam pertencentes ao Centro, que é o local que elas moram. É a praça delas, do bairro delas. É importante desconstruir uma imagem e ressignificar. Com a professora, no contexto coletivo, elas começam a observar mais, desde os prédios históricos, a humanizar e socializar. Temos combinados, e um deles é que ao sair é preciso cumprimentar todas as pessoas e olhar para todas elas", reflete Livia.
"As pessoas ficam felizes e surpresas de ver crianças e muitos se emocionam. Vemos muitos sorrisos, até de quem passa apressado".