Lazer e Cultura
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O ano de 2024 marca as celebrações dos 70 anos da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo – Osesp, além dos 30 anos de atividades do Coro da Osesp e dos 25 anos da Sala São Paulo – a casa da Osesp, dos Coros e de seus Programas Educacionais, inaugurada em 1999 no edifício onde antes funcionava a Estrada de Ferro Sorocabana.
A segunda semana da Temporada acontece entre quinta-feira (14) e sábado (16), quando a Osesp e seu Diretor Musical e Regente Titular, Thierry Fischer, fazem as estreias latino-americanas de Hymn for everyone, de Jessie Montgomery, e de Concerto para sheng – Šu, de Unsuk Chin – esta com o músico chinês Wu Wei como solista. A Segunda Sinfonia de Brahms completa o programa, e o concerto de sexta-feira (15) será transmitido ao vivo no canal da Osesp no YouTube, a partir das 20h30.
E a música feita nos dias de hoje também abre a agenda de concertos camerísticos no domingo (17), às 18h, com integrantes da Osesp tocando obras de Rafael Borges Amaral (com Wu Wei como convidado), Felipe Lara, Clarice Assad, Marcos Balter, David Lang, Steve Reich e Reinaldo Moya. O repertório contará também com o Quarteto de cordas em Sol maior, de Haydn, e o Choros nº 2, de Villa-Lobos.
Sobre o programa
Nas palavras da compositora norte-americana Jessie Montgomery (1981-), “Hino para todos é baseada em um hino que escrevi na primavera de 2021, uma reflexão sobre os desafios pessoais e coletivos enfrentados naquele momento. Até então, estava relutante em compor peças que respondessem à pandemia e às reviravoltas sociopolíticas em curso e atravessava um bloqueio criativo intenso. Um dia, porém, depois de voltar de uma longa trilha, esse hino simplesmente me veio — um acontecimento raro. A melodia atravessa diferentes “coros” orquestrais enquanto o resto do grupo realiza o acompanhamento. É uma espécie de meditação para orquestra que, a cada repetição da melodia, explora diversas paletas de cores e timbres”.
O concerto para o instrumento sheng Šu, composto pela sul-coreana Unsuk Chin (1961-), é baseado numa estrutura formal e harmônica rígida: notas principais formam o alicerce harmônico da obra, atravessando um círculo ao longo dela de forma a se redefinir contínua e reciprocamente. Outros recursos na organização temporal são proporções numéricas, com o número sete atuando de maneira significativa. O seguinte motivo aparece com bastante frequência: um compasso é dividido em 4 + 3 unidades e espelhado num compasso correspondente. Até o momento, Chin havia evitado compor para instrumentos de culturas tradicionais não europeias: os perigos do exotismo musical lhe pareciam demasiadamente ameaçadores. Mudou de ideia apenas depois de ouvir o virtuose do sheng Wu Wei. Músico prolífico, à vontade em diversos estilos musicais, Wei contribui como ninguém para a popularização do sheng, órgão de boca chinês, fora de seu país de origem.
Johannes Brahms (1833-1897) estava então na cidade de Pörtschach, Áustria, à beira de um lago tranquilo, num ambiente repleto de natureza e paz, quando compôs sua Sinfonia nº 2, frequentemente caracterizada como serena e ensolarada. O próprio artista, que descrevera a sua primeira sinfonia como desprovida de charme, se referia à segunda, jocosamente, como um “novo monstro encantador”. E certamente ela tem grandes momentos de plenitude. Mas como em toda a música de Brahms, existe sempre uma sombra que paira sobre a felicidade, uma ameaça velada à espreita. Esse traço, tão característico da própria personalidade do compositor, um melancólico convicto, ao invés de toldar o clima alegre reinante, lhe dá ainda mais realce: é como se a música nos instasse a aproveitar a vida ao máximo, exatamente por sabermos que ela é finita e frequentemente breve.
PROGRAMAS
WU WEI, O GÊNIO DO SHENG
ORQUESTRA SINFÔNICA DO ESTADO DE SÃO PAULO
THIERRY FISCHER REGENTE
WU WEI SHENGJESSIE MONTGOMERY Hymn for everyone [Hino para todos] [ESTREIA LATINO-AMERICANA]
UNSUK CHIN Concerto para sheng – Šu [ESTREIA LATINO-AMERICANA]
JOHANNES BRAHMS Sinfonia nº 2 em Ré maior, Op. 73
GRUPOS DE CÂMARA DA OSESP E A MÚSICA DO NOSSO TEMPO
WU WEI SHENG
RAFAEL BORGES AMARAL VIOLÃO
GHEORGHE VOICU VIOLINO
CRISTIAN SANDU VIOLINO
DAVID MARQUES VIOLA
DOUGLAS KIER VIOLONCELO
JOSEPH HAYDN Quarteto de cordas em Sol maior, Op. 77, nº 1, Hob.III:81
RAFAEL BORGES AMARAL Quarteto de cordas e sheng [ENCOMENDA, ESTREIA MUNDIAL]
SORAYA LANDIM VIOLINO
ADRIANA HOLTZ VIOLONCELO
CLAUDIA NASCIMENTO FLAUTA
GIULIANO ROSAS CLARINETE
FERNANDO TOMIMURA PIANO
RICARDO BOLOGNA PERCUSSÃO
RUBÉN ZÚÑIGA PERCUSSÃO
MARCOS BALTER Ligare
CLARICE ASSAD Emotiva
STEVE REICH Marimba phase [Fase de marimba]
HEITOR VILLA-LOBOS Choros nº 2
DAVID LANG Stuttered chant [Canto gago]
REINALDO MOYA Polythene sonata product [Produto-sonata de polietileno]
SERVIÇO
14 de março, quinta-feira, às 20h30
15 de março, sexta-feira, às 20h30 (Concerto Digital)
16 de março, sábado, às 16h30
17 de março, domingo, às 18h [Grupos de câmara]Endereço: Sala São Paulo | Praça Júlio Prestes, 16
Taxa de ocupação limite: 1.484 lugares
Recomendação etária: 7 anos
Ingressos: Entre R$ 39,60 e R$ 271,00 [Osesp] e entre R$ 39,60 e R$ 132,00 [Grupos de câmara] (valores inteiros)
Bilheteria (INTI): neste link