Lazer e Cultura
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Adoniran Barbosa, um dos mais importantes compositores da música popular brasileira, mestre por trás de clássicos como “Trem das Onze”, “Samba do Arnesto” e “Tiro ao Álvaro”, tinha uma relação profunda e íntima com o centro de São Paulo. O compositor transitava pela região, se inspirando no cotidiano de trabalhadores, bares e cortiços para criar suas músicas.
O amor de Adoniran pelo centro ficou evidente no filme "Saudosa Maloca", que está em cartaz nos cinemas e teve cenas gravadas em locais como Santa Ifigênia e Bixiga. Este longa-metragem, inspirado em uma das músicas mais famosas do sambista, transporta os telespectadores para uma São Paulo nostálgica, repleta de personagens e situações do dia a dia.
E você sabia que Adoniran viveu por anos no bairro da República? No apartamento de número 22 do Edifício Santa Ignez, o sambista compôs seu primeiro sucesso, “Saudosa Maloca”, lançado em 1951. A Rua Aurora, onde o prédio está localizado, é parte essencial da vida e história da cidade. Foi lá, também, que nasceu o escritor Mário de Andrade.
Não longe dali, Adoniran recebeu inspiração para escrever, na década de 70, a canção “Praça da Sé”, na qual retrata as transformações do espaço, que é marco zero na história de São Paulo e que, na época, passava por uma reforma devido à construção da estação de metrô, inaugurada em fevereiro de 1978.
Impossível esquecer também da música “Viaduto Santa Ifigênia”, na qual o compositor convida “Eugênia” para visitar o local. “Venha ver, Eugênia, como ficou bonito o Viaduto Santa Ifigênia. Foi aqui que você nasceu, foi aqui que você cresceu, foi aqui que você conheceu o seu primeiro amor”, diz nos versos.
Adoniran Barbosa também compôs “Iracema, fartavam vinte dias para o nosso casamento. Que ‘nois’ ia se casar. Você atravessou a rua São João, veio um carro, te pega...”, o momento e a personagem receberam destaque no longa que está em cartaz.
Legado do centro
Adoniran Barbosa faleceu em 23 de novembro de 1982, mas permanece vivo na história do centro que, mesmo 40 anos após de sua partida, segue relembrando por onde passou. Na década de 50, por exemplo, o cantor costumava frequentar assiduamente as mesas do Ponto Chic, onde saboreava o popular bauru acompanhado por chope. No Bixiga, o rosto do compositor ainda toma vida em semáforos de pedestre que alegram os cruzamentos.
Já no Boteco 28, localizado no vigésimo oitavo anda do Farol Santander, é possível encontrar parte do acervo do sambista, com mais de mil pertences, incluindo seu chapéu, sua gravata borboleta e diversas fotos antigas, entre outros. No menu do bar, o prato “Marmita do Adoniran”, inspirado na música “Torresmo à Milanesa”, proporciona aos frequentadores uma experiência gastronômica que remete à sua obra.
E é claro que um dos pontos mais icônicos de São Paulo, a esquina da Av. Ipiranga com a São João, não poderia ficar de fora. Em 2022, a Prefeitura de São Paulo inaugurou, no espaço, uma estátua de Adoniran e seu cachorro, Peteleco, que em vida estavam sempre lado a lado.
Adoniran Barbosa é uma das diversas “Histórias que #TodosPeloCentro Contam”. Junte-se a nós para explorar essa e outras narrativas. Envie suas sugestões para todospelocentro@prefeitura.sp.gov.br e acompanhe através das nossas redes sociais clicando aqui.