Lazer e Cultura
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A CAIXA Cultural São Paulo apresenta, a partir 12 de dezembro, o espetáculo “Nasci pra ser Dercy”, monólogo biográfico que presta homenagem a Dercy Gonçalves, uma das maiores e mais polêmicas atrizes brasileiras do século XX. Estrelada por Grace Gianoukas, e escrita e dirigida por Kiko Rieser, a peça terá oito apresentações até o dia 20 de dezembro, incluindo sessões com interpretação de libras, áudio-descrição e debate entre elenco, direção e público.
O espetáculo, que conta com a narração de Miguel Falabella, presta homenagem a Dercy Gonçalves, artista que rompia padrões e inaugurou uma representação genuinamente brasileira nos palcos. Sucesso de público e crítica por onde passa, a peça recebeu as indicações de melhor atriz para Grace Gianoukas, no Prêmio Bibi Ferreira, e de dramaturgia original para teatro, para o autor e diretor Kiko Rieser. Grace também está indicada a melhor atriz pela APCA (premiação da Associação Paulista de Críticos de Arte).
Kiko Rieser afirma que, no texto do monólogo, procura revelar ao público a mulher grandiosa e complexa que Dercy Gonçalves foi “ela é retratada quase sempre como apenas uma velha louca que falava palavrão. Mas, na verdade, foi uma atriz vinda do teatro de revista que recriou a comédia brasileira. Uma mulher libertária, mas avessa a qualquer bandeira, inclassificável e singular”, completa o autor.
O espetáculo “Nasci pra ser Dercy” estreou no dia 13 de janeiro em São Paulo (SP), e está em turnê nacional desde maio. De volta à capital paulista, a entrada é gratuita com distribuição de ingressos 1 hora antes do espetáculo.
A atriz faleceu há 15 anos, em 2008, aos 101 anos, sem que jamais tenha havido nos palcos brasileiros uma peça que a homenageasse. Na apresentação deste espetáculo agora em cartaz, o texto busca unir o apelo popular e o carisma de Dercy a uma profunda pesquisa que mostra a importância, muitas vezes ignorada, da atriz para o teatro brasileiro e para a liberdade feminina.
Dercy Gonçalves:
Dercy Gonçalves não cabia em rótulo algum. “Desbocada” e defensora da mais profunda liberdade, contestava frontalmente a censura da ditadura militar, mas se recusava a levantar bandeiras políticas específicas que não fossem a da irrestrita liberdade e do respeito a todas as formas de existir.