Lazer e Cultura
26
/
10/2023
26
/
10/2023
Conhecido por ser símbolo da boemia paulistana e localizado em um dos pontos mais famosos da São Paulo, na esquina da Av. Ipiranga com a São João, o Bar Brahma, fundado em 1948, foi por muito tempo considerado o epicentro de encontros entre mentes brilhantes e artistas talentosos.
Personalidades como Jânio Quadros, Adoniran Barbosa e Ademar de Barros já frequentaram o espaço, cujo a localização privilegiada também recebeu homenagem nos versos da música “Sampa”, de Caetano Veloso.
Nos anos 90, entretanto, após enfrentar dificuldades, as portas do Bar Brahma foram fechadas, uma pausa melancólica na sinfonia da cidade. Pouco mais tarde, em 2001, Álvaro Aoas assumiu os negócios, atualmente liderado também por seu filho, Caire Aoas, de 39 anos.
“Trabalhar neste projeto foi um grande desafio, mas com amor e dedicação, conseguimos vê-lo crescer. A verdade é que somos apaixonados pelo Centro de São Paulo, e esse carinho nos guiou para que pudéssemos tocar não somente o Brahma Bar, mas outros estabelecimentos no perímetro”, diz Caire.
Início de um sonho
O Bar Brahma foi um importante ponta pé para que a família Aoas continuasse investindo na região. Até aquele momento, Álvaro Aoas já havia dirigido o Café São Paulo Antigo, em Santa Cecília, mas a oportunidade o fez enxergar que era possível ir além. “Foi ele que nos trouxe pra cá”, explica seu filho, Caire.
Após a reabertura do Bar Brahma – originalmente fundado pelo alemão Henrique Hillebrecht -, a família Aoas montou a empresa Fábrica de Bares, e começou a assumir a gestão de vários locais históricos do Centro de São Paulo. Dentre eles, o Bar Leo, na Santa Ifigênia, o Love Cabaret, no bairro da República, o Bar dos Arcos, no Theatro Municipal e o Riviera, na Consolação.
“Recuperamos espaços pelos quais já nutríamos um carinho especial e acreditamos ter valor no imaginário das pessoas. Cada projeto tem um desafio e uma complexidade diferentes, mas somos grandes entusiastas de marcas tradicionais. Esses são ambientes que têm um peso na memória afetiva do paulistano, e nosso objetivo é valorizá-los, levando um pouco de profissionalização para os estabelecimentos terem saúde e continuarem sobrevivendo”, diz.
O segredo está no amor pelo Centro
Caire Aoas cresceu entre as ruas movimentadas da região Central de São Paulo. Quando ainda era pequeno, seu avô, comerciante da Rua 15 de Novembro, ensinou-lhe os valores do trabalho e perseverança.
“Assim como meu avô e pai começaram a frequentar a região desde jovens, eu também comecei vir para cá aos 9 anos de idade... E a verdade é que eu nunca me vi fora do Centro. Sou apaixonado por ele”, explica.
Para Caire, o Centro de São Paulo deveria ser melhor reconhecido, e considerado uma referência para os paulistanos, visto a sua grande riqueza arquitetônica, histórica e cultural.
“Sempre sonhei e comparei o nosso Centro com o de outras capitais do mundo. E eu vejo que os centros dessas cidades acabam representando a identidade do cidadão. São considerados patrimônios, pontos de referência, de orgulho... Realmente acredito que temos capacidade para ressignificar nossa relação com o Centro de São Paulo, pois sei que vale muito a pena frequentar”, diz.
O Bar Brahma, assim como outros empreendimentos da família Aoas na região, fazem parte da identidade do coração de São Paulo. E você, já visitou os espaços? Junte-se a nós para explorar esse e outros ícones no “Histórias que #TodosPeloCentrocontam”.
Envie suas sugestões paratodospelocentro@prefeitura.sp.gov.br e acompanhe através das nossas redes sociais clicando aqui.