Projeto inovador da Prefeitura, Vila Reencontro Anhangabaú comemora dois anos de acolhimento

Serviço tem sido a base para o recomeço de várias famílias que estiveram em situação de rua

Social

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02/2025

Última atualização:

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Vila Reencontro – Anhangabaú (Paulo Guereta/SECOM)

Há dois anos, em 16 de fevereiro de 2023, a Prefeitura de São Paulo por meio da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS), inaugurava a segunda unidade de seu projeto de acolhimento mais inovador e diferente: a Vila Reencontro Anhangabaú. Localizada na Ladeira da memória, local histórico do centro da cidade, a Vila conta com 40 casas modulares de 18 m² e capacidade para até 160 pessoas. Em sua abertura, o serviço já contava com 98 residentes.  

A Vila Anhangabaú é um lugar onde muitas histórias são escritas. Maria das Flores mora na Vila Anhangabaú com o marido, e falou sobre essa experiência: “Desde o primeiro dia fomos muito bem recebidos pelos funcionários. É um lugar excelente para quem pensa em progredir. No começo, foi uma mistura de emoções enorme, mas fiquei muito feliz, a vila me trouxe mais expectativa sobre minha vida, e mais ânimo para encarar os desafios que enfrento”.

A família de Maria é uma das atuais moradoras do serviço, onde todos as casas modulares incluem fogão, geladeira, banheiro, pias, ventilador de teto e mobília compatível com as necessidades de cada composição familiar. Além dos módulos, a Vila conta com diversas áreas de uso comum e compartilhado, como cozinha, refeitório, lavanderia, brinquedoteca, playground, quadra poliesportiva e horta comunitária. Ainda existem salas destinadas à orientação e ao acompanhamento social dos moradores.

Saídas qualificadas

O objetivo dos serviços da rede socioassistencial, e principalmente das Vilas Reencontro, é auxiliar o acolhido a chegar à saída qualificada, ou seja, que ele conquiste a autonomia e não precise mais dos serviços da rede socioassistencial. Durante esses dois anos, 25 famílias da Vila Reencontro Anhangabaú alcançaram a autonomia, número que emociona a equipe do serviço, já que vínculos de amizade e carinho são construídos entre funcionários e moradores do equipamento.  

Cíntia dos Santos e Kleber Fernandes, são um casal que conquistou a saída qualificada na Vila Anhangabaú. Eles e os dois filhos, vivem atualmente em uma moradia autônoma com auxílio do aluguel social. O casal passou cerca de 21 meses no equipamento, e viveram um momento especial dentro da vila: o nascimento de Júlia Valentina, segunda filha do casal. Uma lembrança que guardam com carinho.  

“A vila sempre me passou a impressão de estar em casa, foi uma passagem muito acolhedora que tivemos por lá, o dia que nossa filha nasceu foi muito especial, mas também os dias de festa eram marcantes.” Disse Cíntia. “Eu me senti realizado, é algo que eu jamais vou esquecer, o dia que fizemos a festinha de aniversário do nosso filho também foi muito único, tivemos todo apoio da equipe do serviço, e realizamos a festinha do jeito que ele queria.” Complementou Kleber, emocionado.

Programa Reencontro

O Programa Reencontro é estruturado em três eixos de atuação: conexão, cuidado e oportunidade. O primeiro eixo tem como objetivo reintegrar vínculos pré-existentes e fortalecer a rede de apoio.

A abordagem social é o principal elemento de conexão entre o poder público e os indivíduos em situação de rua, funcionando como um mecanismo essencial para vincular essas pessoas às políticas públicas e às demais etapas do Programa.

No segundo eixo, são disponibilizadas moradias subsidiadas para aqueles que enfrentam dificuldades financeiras, abrangendo modalidades como locação social (aluguel subsidiado de acordo com a renda), renda mínima ou auxílio pecuniário para os que não têm problemas com drogas, e moradia transitória, que visa evitar a cronificação da situação de rua. Esse eixo prevê a entrega de módulos que vêm equipados com cozinha, banheiro, armário e mobiliário adaptado à configuração familiar para indivíduos em situação de vulnerabilidade social. O objetivo é promover a autonomia por meio da reintegração ao mercado de trabalho e do restabelecimento de laços sociais e familiares.

As famílias podem residir por um período de 12 a 24 meses nas moradias transitórias das Vilas Reencontro, com possibilidade de extensão conforme o acompanhamento realizado pela equipe técnica. É fundamental que participem de capacitações profissionais e de outros atendimentos sociais para alcançar a independência. Os critérios para acolhimento incluem informações do CadÚnico, a presença de mulheres como chefes de família e núcleos familiares com crianças e adolescentes em situação de rua por um período recente (de 6 a 36 meses).

Por último, o eixo oportunidade foca na intermediação de mão de obra e emprego, promovendo capacitação profissional, alocação em contratos públicos, busca ativa por vagas e incentivo à contratação no setor privado.

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