Requalificação Urbana e Mobilidade
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A Prefeitura de São Paulo anunciou os estudantes vencedores do Concurso Internacional de Ideias “Students Reinventing Cities São Paulo”. A competição desafiou universitários do Brasil e do exterior a apresentarem ao Município ideias de requalificação para a Praça da Bandeira, na região central da cidade. A iniciativa é uma parceria da Rede Global C40 e da São Paulo Urbanismo, com apoio da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura (AsBEA-SP).
A equipe Anhangá-ba-y, formada por alunos do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo – IFSP, teve o trabalho mais bem avaliado pela Comissão Julgadora do concurso e ficou com o 1º lugar. Outro trabalho de destaque na competição foi executado pelo Estúdio ArqBio, formado por estudantes da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Paulista (UNIP), e recebeu um certificado de menção honrosa.
A capital paulista foi a única representante da América Latina no “Students Reinventing Cities“. Para a edição de 2023 do concurso, a C40 reuniu 12 cidades de diferentes continentes: Amã, Barcelona, Chengdu, Durban, Freetown, Lisboa, Melbourne, Milão, Nova Orleans, Roma, Zhenjiang e São Paulo. Cada localidade indicou uma área de interesse para receber de estudantes de Arquitetura e Urbanismo ideias para sua recuperação ou transformação.
A Praça da Bandeira foi escolhida por São Paulo para ser o objeto de intervenção dos trabalhos por ser uma área com um dos principais fluxos de deslocamento entre as zonas sul e norte da capital paulista. O desafio colocado aos participantes (estudantes de Arquitetura e Urbanismo do Brasil e exterior) foi apresentar ideias comprometidas com a sustentabilidade para que esse espaço público pudesse se tornar um local agradável e seguro para a circulação de pedestres. A iniciativa também buscou ampliar as discussões em prol da requalificação do centro da cidade.
O presidente da São Paulo Urbanismo, Cesar Azevedo, esteve na cerimônia de premiação e destacou a importância do debate com os jovens para o desenvolvimento de uma cidade melhor para todos, além do papel de destaque de São Paulo frente ao mundo.
“Só conseguimos construir uma cidade resiliente, democrática, sustentável e segura ouvindo as pessoas que vivem a cidade. Neste concurso recebemos até um trabalho de estudantes de Roma, o que mostra, mais uma vez, que a atenção do mundo está voltada para São Paulo”, declarou.
Marcos Gadelho, titular da pasta da Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento (SMUL), celebrou a oportunidade dada a estudantes em pensar uma cidade dinâmica.
“Nós enquanto profissionais e estudantes temos um desafio muito grande em entender todo o processo de desenvolvimento da cidade. O mundo mudou, principalmente, pós-pandemia. Precisamos saber como adensar São Paulo, especialmente o seu centro, com qualidade”, defendeu.
O representante da C40 no evento foi o Diretor Sênior Matheus Ortega, que ressaltou o vanguardismo de São Paulo como a única cidade representante da América Latina na competição. Ortega também encorajou os estudantes a planejar, cada vez mais, as transformações da cidade.
“A C40 preza muito em incluir os jovens em pensar as cidades do futuro. O propósito deste concurso é juntar as universidades e os estudantes para poderem reimaginar uma cidade de amanhã mais sustentável, com mais áreas verdes e mais saudável para todos”, declarou.
Quem endossou a fala de Ortega foi o atual presidente da Associação Comercial de São Paulo, Roberto Mateus Ordine.
“Reinventar a cidade é o que precisa ser feito. Desejo que vocês, jovens, amem a cidade, especialmente o centro”, ressaltou.
A Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura de São Paulo (AsBEA-SP) teve o seu vice-presidente, Caio Marin, como interlocutor da instituição na cerimônia. Assim como os demais membros, Marin comemorou a realização da iniciativa.
“Isso é fundamental para conseguirmos avançar e ter esperança. O centro precisa de esperança de um futuro melhor”, evidenciou.
“Nós precisamos mudar o centro a partir de ideias e projetos como esses. Esta região merece esse carinho. Precisamos tornar a cidade mais humana e mais bonita para todos”, concluiu o subprefeito da Sé, Alvaro Batista Camilo.
O maior propósito do “Students Reinventing Cities” foi estimular e envolver as universidades no debate e desenvolvimento de soluções transformadoras e comprometidas com a sustentabilidade e o enfrentamento das mudanças climáticas para a renovação de espaços urbanos.
Trabalho vencedor
Sustentabilidade, integração e conexão. Essas são as diretrizes do trabalho feito pela Anhangá-ba-y, composta por alunos do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo – IFSP. A equipe foi declarada campeã do concurso, recebeu um certificado oficial no palco e terá campanha de divulgação e vídeo oficial elaborados pela instituição global C40.
Em suma, o trabalho propõe transformar a Praça da Bandeira em um espaço que estabeleça conexões humanas, ecológicas e sustentáveis. Para que isso aconteça, são previstas intervenções como inserção de calçadas amplas e acessíveis, resgate das águas com córregos a céu aberto, valorização da flora nativa e promoção do bem-estar e da preservação ambiental. A relevância da proposta foi destacada por Felipe de Lourenço Silveira, membro da equipe.
“Esse concurso nos deu a oportunidade de colocar as nossas ideias para o que é uma cidade realmente feita para seres humanos e que trate de questões como arte urbana, além da volta dos rios e da mata das várzeas paulistas que perdemos aqui no centro”, disse.
Menção honrosa
Outro trabalho de destaque na competição foi o executado pelo Estúdio ArqBio, formado por estudantes da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Paulista (UNIP). A equipe recebeu um certificado de menção honrosa na cerimônia por desenvolver um trabalho que propõe a requalificação do Terminal Bandeira, a criação de um parque linear, a ampliação do passeio público e a criação de passarelas para priorizar e valorizar o pedestre.
“Todo o processo pelo qual passamos agregou muito à nossa bagagem profissional e aguçou ainda mais o nosso senso crítico quanto à necessidade de promoção de espaços resilientes e sustentáveis e desenvolvimento uma cidade que seja para todos”, salientou Ellen Caroline Cosendey Leal, porta-voz da equipe.
Praça da Bandeira
A Praça da Bandeira é um importante local de intersecção das Avenidas 9 de Julho e 23 de Maio. A área se caracteriza como um dos principais fluxos de deslocamento entre as zonas sul e norte da capital paulista, apresentando grande circulação de veículos, principalmente, por ter a maior parte de seu espaço destinada ao terminal de ônibus municipal, que tem o mesmo nome da praça.
Toda a região é cortada por viadutos que organizam o percurso nos cruzamentos e por passarelas de pedestres que conectam, sobretudo, o terminal às entradas da estação do metrô Anhangabaú. Destaca-se na região a passarela que liga o terminal ao Largo da Memória, local histórico do centro que abriga o primeiro monumento de São Paulo, o Obelisco do Piques.
O entorno da praça ainda concentra importantes equipamentos como o edifício da Câmara Municipal de São Paulo, o Centro Cultural Red Bull Station, o Shopping Light, o Vale do Anhangabaú e o Edifício Matarazzo, atual sede da Prefeitura Municipal de São Paulo.